Regionalização - algumas correntes de pensamento

Importa reconhecer que há efectivamente algumas correntes, por exemplo, P. Derycke (1988) em França, que defendem que a regionalização se deve apoiar na identidade linguística, cultural, política, etc. As regiões e o regíonalismo são um produto histórico de realidades antigas e de mentalidades enraizadas, refere Derycke num artigo publicado em 1988.

Mas outros autores há - e são muitos - para os quais os problemas da regionalização são fundamentalmente problemas de continuidade geográfica, de funcionalidade e de planeamento, a apelar ao critério da homogeneidade ou da similitude de níveis económicos, sociais e culturais.

Isard, por exemplo, defende mesmo uma concepção dinâmica da regionalização. Segundo este autor, a regionalização deve variar de acordo com a natureza dos problemas que se põem.

Consideramos que é esta concepção dinâmica, ligada à função de planeamento das regiões, que deve ser retida, em primeiro lugar, para o caso português.

Comentários

Anónimo disse…
É por todas estas razões, que o Norte de Portugal e a Galiza, devem formar uma Euro-Região e por conseguinte,fazer depois uma Federação Europeia com Portugal. Para que serve o ideal europeu se não para isto.
Anónimo disse…
Boa.. boa... A Estremadura e a Andaluzia avançavam até ao Atlântico. Não seria o Paraíso, a Terra do Leite e do Mel, mas seria bem melhor que esta "miséria". E neste caso, qual seria o vencimento do Dr. V. Constâncio?...
Anónimo disse…
A Andaluzia é mediterrânica não é atlantica e não tem afinidades linguisticas com Portugal. A Galiza tém, por isso é a única região da Espanha, que eventualmente poderia efectuar algum tipo de federação com Portugal, dentro da União Europeia. Mas isto é altamente improvável, devido ao atrazo económico português em relaçâo a Espanha e ao conservadorismo estratégico atávico da diplomacia política portuguesa. Não há na peninsula Ibérica, uma verdadeira estratégia de integração europeia. O que se vê é uma preocupação estratégica de aquisição de fundos monetários europeus e pouco mais. O egoismo comanda. Portugal a continuar assim será de facto dos "pequeninos".
Anónimo disse…
Tem toda a razão. A Espanha é rica e Portugal é pobre. A mim, não "aquenta" nem "arrefenta", mas os Salazaristas ficam todos satisfeitos. E Portugal vai ficar mais pobre com a ida da Opel para Espanha. E vamos ver se o actual deputado do BE quando voltar à Auto europa não vai fazer o mesmo que fizeram os grevistas da Opel.
Concordo com a tese deste Artigo.

As Regiões em Portugal deverão apenas ser um MEIO para atingir os superiores objectivos de:

1 - racionalização da administração pública e

2 - aprofundamento da Democracia, pela aplicação do princípio da subsidiariedade,

muito mais do que um FIM em si mesmo, já que não existem identidades regionais na forma de comunidades sub-nacionais, no sentido invocado por Derycke.